FALO
Mirita Nandi
O seu sabor é meu domicílio e eu agasalho o brilho da sua terracota Burra da Nigéria com seu halo mágico que me faz felatriz gulosa de Saudek como se fosse o obelisco da minha adoração.
Imagem: "Falo" Burra - Nigéria terracota século VII, século XIII - Museu Afro Brasil
E massageio frenética com dengo dócil o sabre que é minha perdição de sereia nas lambidas de cima pra baixo pelo gêiser Agbar de Gaudi que se deslizam entre os meus dedos iluminados.
Imagem: Torre de Agbar de Antoni Gaudi.
E tremo toda delirante com o charuto de Havana vivo que resiste aos toques refinados dos cheiros e mimos de todas as estrelas e constelações da minha boca cheia que vira a vala da salsicha e serpenteia para fazer o meu parque de Haesindang da Coréia do Sul.
E me arrebento feliz com o florete que é a minha honraria e rendição e eu estanque devoradora viro Grima no cacto esguio da lavoura dele aguçando a minha língua medonha de víbora do Gabão nas tremulares modulações que babam minha peçonha prateando o totem monolítico de minha crença atéia no menir da Cabeça do Rochedo.
E gosto lânguida manhosa lavando a culpa da minha loucura de lambuzar com a saliva da minha gula acendendo a espada Anglachel do elfo negro que eu agarro apertada entre as minhas mãos como o troféu ambicionado para minha salvação a chupar papa-tudo para hozana nas alturas e de ser torturada lambendo, imolada gemendo para dizer alô com sofreguidão pro seu veneno que me enfeitiça, sua peçonha que me contamina e engulo o seu apogeu de pico de Itabira.
E me enrosco como quem se apossa da La Fala de Moscovo aos gargarejos que canta de galo e eu cacarejo e ralo como égua no cio do cavalo príapo e cavalgo nua sozinha gemendo qual cantora lírica da ópera de Leoncavallo para pegá-lo todo gládio que se faz foguete na plataforma de lançamento e que rasga meu céu com sua pontiaguda e cilíndrica protuberância da coluna mediterrânea de Malta do Paul Vella Critien.
Imagem: Vista do Marco Zero do Parque das Esculturas do Artista Francisco Brennand, com a Torre de Cristal, em Recife, Pernambuco, Brasil.
E quase engasgo no abalo que ameaça explodir e caio de joelhos e rezo a minha predileta oração empunhando o menir do outeiro que resvala nos meus lábios escarlates carnudos sêmenados que acasala e dá aconchego à Torre de Cristal de Brennand e sacia a minha aventura faminta da glande ao meu suplício aliviado e arrebentada e contrita desse talo faço a cruz adorada, meu altar de fiel vestal e me viro papisa e me regalo com orações, mantras e abluções na necessidade do corpo e da alma no monumento aos Heróis do Povo da Praça da Paz Celestial.
E abocanho até o talo acarinhado na adaga que é uma banana de dinamite que se faz míssil Proton-M que sai inteiro e eu mino pelo ralo que quer a torre do Gasômetro no meu Porto Alegre bocejo e azeda meus gostos mais gostosos como uma faca que vira a ogiva feita a katana japonesa, como mater admirabilis de Martinez que é cogumelo de carne deliciosa no meu apetite e se dana flauta doce que Pã me esfregou na cara como o cano da arma que detona o meu pecado palatável como pirulito saboroso que é rio caudaloso, o meu picolé gostoso que explode o cajado da felicidade para ser todo meu e totalmente meu deus.
Imagem: Druuna, de Paolo Serpieiri.
Veja no blog erótico Crônica de amor por ela.
Um comentário:
http://meimeicorrea.blogspot.com
Postar um comentário