terça-feira, 30 de novembro de 2010

CONTOS ERÓTICOS DA MIRITA


Imagem: arte de Derinha Rocha.

O GINÓFAGO PRIÁPICO




Mirita Nandi


A sua voz nasce no meu apetite de mulher. O seu riso brilha de dentro e ilumina a minha vida como um sol sem crepúsculo. Os seus versos revolvem minhas entranhas e me embalam por canções inesquecíveis. E tudo dele me envolve de forma tal, de me possuir inteira e totalmente, a me deixar enlouquecida e desenfreada, sedenta e apaixonada. E ele vem de um jeito de tocar meu coração acendendo toda capacidade de amor que existe em mim. E toca sutilmente meus seios com todas as formas de carícias. E me lambe a pele para incendiar todas as formas de desejos. E me alisa as pernas e coxas para arrepiar meu ventre minando de querer. E me toca fundo na flor da vida para que minha alma cresça e seja plena e completa. E me atiça a nuca com seus sussurros safados a me tirar os sentidos. E me castiga o dorso com lapadas de beijos que alvoroçam minha carne e me alcança inteira. E me causam prazer e dor ao me render de quatro com a penetração viril de me endoidecer. E me desgraça a vida de não mais saber quem sou. E me rouba a identidade de me tornar desmemoriada e feliz. E me reduz a nada, cuspida e ultrajada como se eu mais nada fosse. E me faz santa pecadora pronta para adorar-lhe pro resto dos meus dias. E me ajoelha vestal vencida na força da sua posse para rezar todas as orações de vitória. E o seu falo se sacraliza e me profana felatriz gulosa e esfomeada, insaciavelmente babando todas as águas dele e de mim. E o seu desejo me faz puta irreversível para que eu seja dominada e servil. E o seu prazer me faz amante a desfrutar de todas as delícias mais apetitosas. E o sêmen me nutre e me lava toda, para que eu seja banhada por todas as graças possíveis. E por isso vivo nua e totalmente sua. Não sou eu, sou dele.



CONVITE from LUIZ ALBERTO MACHADO on Vimeo.




Veja mais Crônica de amor por ela.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

CONTOS ERÓTICOS DA MIRITA

Imagem: foto de Luiz Mendonça



O SORRISO DA ENTREGA



Mirita Nandi



Quando ele me sorriu, quedei. Minha nudez estava estampada! Ah, fiquei desequilibra, tremi dentro do vestido, perdi o que era tido e toda calma. Seu olhar leu-me a alma e fiquei sem saída, invadida, revelada.



O seu sorriso era uma eficiente cantada. Ah, que coisa bem dada, eu virei flor despetalada e entreguei o jogo. Passei recibo, entrei no logro, na refrega. Foi só entrega: terra, água, mar e fogo.



E seu riso encheu a minha carne e me emprenhou. Grávida de amor, eu lhe dei todos os meus gozos atrasados, meus delírios escondidos, meus desejos arraigados, meus prazeres preteridos.



A minha boca louca aos quereres não calou e acasalou suas fantasias. O meu dorso sem haveres suportou sua selvageria. Minhas pernas eram os seus teres. E fui toda por um dia, ao ferverem as cercanias, sua serva mais vadia. E brilhei na maior treva como quem na vida leva o choque intenso da sua poesia.







Veja mais Crônica de amor por ela.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

FONTE



FONTE

Letra & música de Luiz Alberto Machado


Quero que você me venha de manhã

Plantar a luz do sol com sua fonte a minar

E em mim se escorrer.

E aguando essa ternura na gente venha vontade de nascer:

Beijar-lhe o ventre e ver a vida a rolar.

Vai ser demais!


O tempo vai ruir pra nós, desexistir.

Incendiar o corpo, a voz,

A sede saciar na foz assim, sedenta

A diluir-se em flor pelos confins.

Em você está o que sou eu

Será Promessa inteira do querer?

Amor, que vai ser de mim

Se um dia essa vontade de viver

Perder o amor de vista e esquecer

Angústia de não ter raiz?

O ar desvencilhar-se do nariz?

Será de mim, o que será do meu coração?

Será de mim, o que será do meu coração?

O que será do meu coração?


© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.


Veja mais crônicas e canções de amor por ela.

sábado, 20 de novembro de 2010

CONTOS ERÓTICOS DA MIRITA



Imagem: Diogo Ramos Moreira.

SEDUÇÃO DE POETA


Mirita Nandi


Chegou de mansinho no palco e recitou poemas cantando canções que revolveram meu ser com um choque eletrizante de incendiar o sangue até o púbis e os mais recônditos desejos.

A cada verso recitado, eu fuviava como água minando dentro da calcinha. Cada sílaba tocava minha alma, endurecendo meus ductos soltos na blusa, arrepiando minha pele sedenta de tremer inteira embaixo das saias, agoniando minhas mãos para agarrar todos os seus gestos.

O seu olhar tímido me flagrava na platéia. Via-me a nudez escancarada corp&alma. Não sabia mais o que fazer.

O seu riso devagar me levava ao idílio mais estonteante de me roubar o senso e consciência, restando apenas me atirar nos seus braços e gritar de amor.

Era a primeira vez que o via, desacreditava de tudo e não sabia de nada. Ele tomava meus sentidos. Enlouqueci e não podia perder aquela oportunidade. A urgência me tomando iminente.

Quando ele saiu do palco, apressei-me em ter-lhe a atenção. Quase não consigo alcançá-lo entrando no camarim. De um salto, segurei seu o braço e chamei por seu nome. Ele se virou e esbarrei com seus lábios sedutores e seu olhar afiado retalhou minha carne que não sabia nada além arfar ardentemente.

A minha voz trêmula balbuciou quase sem conseguir ser ouvida, parabenizando-o pelo recital carregado de música para todos os meus teres e haveres. Ele sorriu e se mostrou atencioso, prestativo, agradecido: menino prestes a ganhar um presente. E eu, sem saída, beijei-lhe a boca com toda a voracidade que fui capaz: derreti entre suas mãos. Não vi mais nada, apenas senti aquele momento mágico e me dei inteira ali mesmo, sem cerimônia e o mínimo de pudor.

O meu beijo possesso fez dele um invasor por todas as minhas entrâncias e reentrâncias, vasculhando todas as minhas intimidades, saliências, abismos e gozos.

Levantou-me medonhamente a saia e tomou conta do meu segredo mais guardado, sem vacilar da emergência dos meus quereres, sem deixar que me desse conta de nada, explorada e conquistada pelo senhor de todos os meus dotes.

No alvoroço, seus dedos delicadamente tocavam minha gruta sedenta, rodopiando a minha vida como um carrossel em velocidade máxima para me abater indefesa, pronta para ser degustada, digerida e revelada.

Senti seu membro rijo romper minhas carnes, quando uma dança gostosa me deu a noção da posse de quem sabe o que quer, campeão de mim, vencedor de todas as minhas defesas.

O orgasmo catártico bateu do fundo ao ápice e eu bailando seminua nas nuvens, entre as estrelas com milhares de gozos ao mesmo tempo e não me dando jamais inteiramente por satisfeita e feliz. Queria mais e sempre mais.

Quando dei por mim, vi-lhe apenas a face linda indecorosa me convidando para mais uma enlouquecida aventura onde meu corpo será o seu rincão para exploração.

Confesso que nunca senti nada melhor na vida. Ele se apossou de mim. A poesia dele invadiu minha carne por todos os poros, cresceu nas minhas veias e incendiou a minha alma de puta que quer ser possuída pra sempre por seu homem.

A cada momento eu faleço com o prazer de querer mais e de novo e sempre, que dele me venha com toda brutalidade de fazer vencida sem ter como recorrer e sendo sua sem poder fraquejar da paixão.

Veja mais no Crônica de amor por ela.